Disciplina é liberdade: Como facilitamos o Planejamento Estratégico Ágil da diretoria corporativa da RD Station
- Igor Drudi
- 22 de mai.
- 8 min de leitura
Atualizado: 26 de mai.
Em tempos de sobrecarga de tarefas e excesso de demandas, é comum que líderes e colaboradores se sintam ansiosos ou até mesmo paralisados diante do volume de entregas. A sensação de estar “atirando para todos os lados” sem saber ao certo qual direção seguir é um sintoma comum em organizações que ainda não possuem clareza estratégica e processos bem definidos para a execução.
Foi justamente com esse cenário em mente que a Drin participou da facilitação do planejamento estratégico ágil da Diretoria Corporativa ADM FIN da RD Station, reunindo mais de 70 colaboradores em uma jornada intensa de foco, alinhamento e cocriação.

Inspirado pelo princípio “Disciplina é Liberdade”, do ex-militar e autor Jocko Willink, o processo teve como objetivo trazer clareza para onde o time estava indo, como mediria o progresso e como cada um contribuiria com a realização dos objetivos estratégicos. Essa lógica pode parecer contraditória à primeira vista, mas é simples: quanto mais disciplina temos para estabelecer metas e seguir rotinas de acompanhamento, mais liberdade criamos para inovar, colaborar e agir com confiança. E é justamente essa disciplina, aliada a um framework ágil e colaborativo, que norteou os dois dias de imersão realizados em janeiro com o time da RD.
Durante os encontros, conduzimos um trabalho estruturado que permitiu à equipe definir com clareza os projetos prioritários para o ano, entender as interdependências entre áreas, e principalmente, cocriar um modelo de gestão compartilhada. O resultado foi um plano com objetivos claros, metas factíveis e uma cadência de acompanhamento que transforma a estratégia em ação.

A seguir, contamos em detalhes como essa experiência foi construída, quais foram os principais aprendizados e como sua empresa pode aplicar esse modelo, mesmo se ainda estiver em um estágio tradicional de planejamento.
O metadesign por trás da jornada: criando o método para criar métodos
Antes de facilitarmos o planejamento estratégico da Diretoria Corporativa da RD Station, havia uma outra camada de trabalho acontecendo — nos bastidores, com a mesma intensidade e intencionalidade. Chamamos isso de metadesign ou metaprojeto: o projeto que projeta a experiência. É a etapa invisível, mas essencial, onde desenhamos as condições para que o trabalho coletivo aconteça de forma fluida, significativa e produtiva. Isso vai além da logística ou da criação de atividades.
Trata-se de arquitetar o espaço-tempo, os fluxos de interação e os marcos emocionais e cognitivos que o grupo irá vivenciar.

Na Drin, acreditamos que todo método precisa nascer de um contexto — por isso, construímos métodos adaptativos. Para o caso da RD Station, nos dedicamos a entender a cultura organizacional, os desafios históricos da diretoria, o momento da empresa e as competências do time envolvido. Cada dinâmica, cada pausa, cada troca entre participantes foi pensada para criar engajamento, pertencimento e clareza. Nosso papel no metadesign é ser estrategista da experiência: prever como as pessoas irão se mover, sentir e aprender ao longo de uma jornada que precisa ser memorável, mas também eficaz.
O metadesign é também um processo de cocriação com o cliente.
Ao longo das semanas que antecederam a facilitação, trocamos com Raphael Duarte, Juliana Rezende e outras lideranças para desenhar algo que fosse realista e inspirador ao mesmo tempo. Testamos hipóteses, questionamos suposições e fizemos escolhas difíceis sobre o que manter e o que cortar — porque criar uma boa experiência é, em parte, saber o que não incluir.
Cada decisão de design (como as dinâmicas com trios rotativos ou a priorização visual em ilhas) foi moldada em diálogo com os objetivos estratégicos do cliente, sempre buscando o equilíbrio entre estrutura e liberdade.
O metaprojeto é a forma como colocamos em prática nosso compromisso com a excelência em facilitação. É onde aplicamos nossos próprios rituais de planejamento, revisamos aprendizados de projetos anteriores, atualizamos frameworks e criamos novos experimentos.
Como um artesanato organizacional, o metadesign respeita o contexto, mas carrega o DNA da Drin: experiências que fazem sentido, transformam a forma de trabalhar e elevam a qualidade do pensamento coletivo. Porque para criar um bom planejamento estratégico, é preciso antes planejar a experiência de criá-lo juntos.
Alinhamento de propósito no planejamento estratégico ágil: a importância de começar com o porquê
A abertura do primeiro dia foi marcada por um momento de conexão e alinhamento com o propósito do encontro. Raphael Duarte, diretor da área, iniciou compartilhando a estratégia de negócios da RD Station e a importância de cada pessoa naquele momento de cocriação. Mais do que apresentar diretrizes, ele reforçou o papel de cada liderança e dos key stakeholders no sucesso do planejamento de 2020.
Foi nesse ponto que o grupo começou a se reconectar com o “porquê” por trás de cada objetivo: uma condição essencial para que o planejamento estratégico seja mais do que um exercício formal.

A primeira atividade prática trouxe o time para o centro do processo. Utilizando um modelo de canvas, cada trio de participantes analisou os objetivos estratégicos propostos, registrando percepções, oportunidades e desafios. A rotação entre os canvas gerou discussões ricas e diversas, promovendo uma leitura coletiva dos caminhos estratégicos já definidos. Ao final, a síntese dos aprendizados trouxe um retrato fiel das expectativas, alinhamentos e possíveis ajustes de rota que a equipe considerava importante realizar.
Com base nesse diagnóstico inicial, partimos para a construção colaborativa do framework de gestão que guiaria toda a execução do plano. Em grupos menores, os participantes desenharam jornadas ideais de gestão de iniciativas, definindo desde os rituais de acompanhamento até os papéis e responsabilidades de cada envolvido. Essa etapa foi fundamental para garantir que o modelo refletisse a cultura e a realidade da RD, e não um template genérico sem aderência à prática.
Fechamos o primeiro dia com a consolidação do framework e a definição dos próximos passos para a fase de desdobramento. Além das decisões sobre cadência, indicadores e plataformas de gestão, houve um acordo coletivo sobre a importância da simplicidade e do foco.

Como diria o próprio Jocko Willink, “menos é mais, quando mais é confusão”. Essa premissa nos acompanharia no segundo dia, onde toda a equipe da diretoria corporativa estaria envolvida no detalhamento dos projetos e iniciativas para o ano.
Dia dois: mãos à obra com todo o time
No segundo dia de facilitação, reunimos cerca de 70 pessoas da diretoria corporativa para aplicar, na prática, o framework cocriado pelos líderes. A proposta foi simples e poderosa: transformar estratégia em ação. A abertura retomou os conceitos do dia anterior, reforçando a importância da disciplina para garantir clareza e liberdade na execução. O warm up trouxe uma dinâmica lúdica com aviões de papel, simulando um processo de execução com restrições, falhas de comunicação e necessidade de ajustes em tempo real — uma metáfora perfeita para o que ocorre em projetos reais.
Em seguida, apresentamos o framework a todos os participantes, detalhando os elementos de acompanhamento, indicadores, premissas e formatos de gestão visual. Isso garantiu que todos estivessem na mesma página antes de começarem a ideação de projetos e iniciativas.

Em formato de ilhas temáticas, os times imaginaram possibilidades, exploraram caminhos e deram sugestões uns nos painéis dos outros. Essa troca de perspectivas enriqueceu o conteúdo e ampliou a visão sistêmica que o projeto buscava desde o início.
Com as ideias em mãos, partimos para a priorização.
A equipe utilizou critérios como alinhamento com os objetivos estratégicos, viabilidade de execução e impacto esperado para selecionar os projetos prioritários. Cada iniciativa foi então organizada dentro de uma linha do tempo, considerando também as dependências com áreas como ADM FIN e demais setores da RD. O uso de ferramentas digitais (planilhas online, Miro, formulários) com notebooks possibilitou que cada grupo estruturasse suas entregas de forma objetiva e integrada ao todo.
A última etapa foi dedicada ao refinamento final.
Misturamos os times em uma dinâmica na qual membros de uma área visitavam outras ilhas para dar feedbacks construtivos sobre os planos apresentados. Essa atividade não só fortaleceu o senso de colaboração, como também ajudou a identificar pontos de interdependência entre os projetos, algo crucial em organizações com estrutura matricial.
Ao final, cada grupo compartilhou suas principais decisões com o coletivo, selando o compromisso de execução com transparência e responsabilidade compartilhada.
Os aprendizados por trás do método
O sucesso desse case se deve a alguns pilares essenciais, sendo que o primeiro deles é o protagonismo coletivo.
Desde o início, buscamos garantir que todos os envolvidos — líderes, especialistas e membros do time — se sentissem parte da construção do plano. Isso não apenas fortalece o engajamento, como aumenta significativamente a chance de execução consistente ao longo do ano. Quando a estratégia nasce de forma coletiva, o compromisso tende a ser mais autêntico.

Outro ponto fundamental foi a clareza. Em vez de apostar em dezenas de objetivos e iniciativas vagas, o grupo optou por concentrar esforços naquilo que realmente fazia diferença para os resultados estratégicos da RD. Segundo estudo da Harvard Business Review, 70% das falhas em execução estratégica vêm da falta de foco e excesso de prioridades. Ao aplicar a máxima do “menos é mais”, a RD conseguiu desenhar um plano viável, com entregas mensuráveis e etapas bem definidas.
A disciplina também se manifestou na definição de cadência e rituais de acompanhamento. Estabelecer checkpoints regulares, usar indicadores reais e fomentar uma cultura de revisão constante são práticas que criam previsibilidade e reduzem a sensação de que “nada está acontecendo”. Esse é um dos maiores antídotos contra a procrastinação e a ansiedade organizacional: ver o progresso acontecendo.

Por fim, o case mostra como é possível aplicar princípios ágeis mesmo em áreas tradicionalmente mais rígidas, como finanças, administração e controladoria. Ao usar ferramentas visuais, rituais leves e formatos colaborativos, a RD conseguiu trazer agilidade sem abrir mão do rigor. Isso é especialmente valioso para empresas que estão iniciando sua jornada rumo a um modelo de gestão mais integrado e dinâmico.
Como aplicar isso na sua empresa?
Se a sua empresa ainda sente que planejamento estratégico é um exercício distante da realidade do time, talvez seja hora de repensar o formato. O segredo está em criar um ambiente de cocriação, com clareza sobre os objetivos e disciplina para acompanhar a execução.

A experiência com a RD Station mostra que não é necessário abrir mão da estrutura, mas sim usa-la como alicerce para ganhar flexibilidade e protagonismo coletivo.
Comece pela liderança. Envolver os principais tomadores de decisão na construção de um modelo de gestão já é metade do caminho. Em seguida, leve esse modelo para o time, garantindo que cada pessoa compreenda seu papel no todo. Reuniões produtivas, indicadores reais e comunicação visual são ferramentas acessíveis que fazem diferença desde o primeiro mês.
Lembre-se: foco é uma escolha estratégica. Quando tudo é prioridade, nada é prioridade. Ao definir poucos objetivos claros e desdobrá-los em planos de ação coesos, sua empresa cria as condições para avançar com segurança, mesmo em ambientes complexos. A disciplina na definição e no acompanhamento do plano é o que dá liberdade para inovar, testar e corrigir rotas com rapidez.
Agilidade em planejamento
O case da RD Station deixa um legado importante para qualquer organização que deseja evoluir seu modelo de gestão: é possível transformar ansiedade em clareza, confusão em foco e excesso em prioridade. Com os métodos certos, times diversos conseguem trabalhar com mais autonomia, propósito e resultado.

Mais do que técnicas, facilitamos uma mudança de mentalidade: do planejamento como um ritual burocrático para o planejamento como uma ferramenta viva e colaborativa. E a boa notícia é que esse modelo pode ser adaptado para empresas de qualquer porte ou segmento, desde que exista disposição para experimentar e evoluir.
Se você quer conhecer mais sobre como aplicar esse modelo na sua organização, entre em contato com a Drin. Estamos prontos para ajudar sua empresa a transformar disciplina em liberdade... e planos em resultados reais.

Igor Drudi
CEO Drin Inovação
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